Sempre utilizados para
imortalizar datas históricas e assinaláveis da vida coletiva dos povos,
sobretudo dos acontecimentos e factos, os pergaminhos constituem, além desse
sentimento comemorativo, um autêntico marco da verdadeira arte manual, que os
monges copistas cultivaram com verdadeiro sentido de serviço.
Como outrora, o pergaminho
tornou-se, nos dias de hoje, num instrumento de rara beleza artística e
documental. E tal como antigamente, também agora se utiliza o trabalho manual e
artesanal para confeção dessas peças de iluminura.
Também como no passado, o
pergaminho é obra de especialistas que à pintura dedicam toda a sua paciência e
saber, igualmente ao serviço da comunidade, perpetuando datas assinaláveis da
vida local.
Raros são os artistas que se
dedicam, de alma e coração, a esta arte da qual nascem verdadeiras
preciosidades em desenho.
Um desses homens dedicados e
devotos à iluminura é Fernando Rosário, artista
plástico, que a si próprio se impôs o rigor e profissionalismo, como
retratista, mas que nunca esqueceu as suas origens, ligado ao mar e ao rio,
cuja poesia se mistura e estampa em muitos dos seus trabalhos.
E essa poesia vamos encontrá-la,
sobremaneira, nos pergaminhos que executa com a tradicional arte da iluminura
da Idade Média, ao serviço de autarquias locais, misericórdias e outras
instituições, pergaminhos de rara beleza, em que a arte da iluminura sai
dignificada e enaltecida.
A temática dos seus trabalhos,
como não podia deixar de ser, alude à obra ou serviço realizado pelo
homenageado, à realidade ou vida social da comunidade, impressionando a firmeza
do seu traço, o colorido das suas figuras e imagens.
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